Conforme o tempo vai passando e as músicas do álbum The Wall são tocadas, a situação de Pink se deteriora. O rockstar que protagoniza o álbum chega a Nobody Home destroçado e escondido por detrás de um muro que o permite ficar totalmente solitário.
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Pink está ausente
A solidão de Pink é demonstrada em uma letra onde ele afirma ter muitas coisas, mas nada que o satisfaça. Não há com quer dividir aquilo que o atormenta e, apesar de ter muitas coisas materiais, ele sente que está completamente solitário.
Na letra é possível ouvir Pink repetindo a frase “eu tenho…”, mas nada do que ele possui é capaz de preencher o vazio que a solidão traz. Mais que isso, ele mostra sua desesperança para com o mundo após descobrir a traição da esposa.
“E eu tenho uma enorme vontade de voar
Mas eu não tenho nenhum lugar para ir”
Assim, as canções que precederam Nobody Home funcionam como uma alimentação para seu estado final. O protagonista, apesar de ter muitos bens, sente agora que algo lhe falta, e esse vazio de solidão começa a consumi-lo.
Nobody Home como diário de uma banda
A ideia de que The Wall é um disco autobiográfico, no qual Roger Waters deixou transparecer muito de si em detrimento da banda é bastante comum. No entanto, a letra não diz respeito apenas a Waters e aponta para algo mais sombrio.
Muitos artistas não conseguem lidar bem com a fama. Isso acontece porque, junto de uma grande quantidade de bens materiais, há pouca coisa que valha a pena. A solidão das turnês, inclusive, é um ponto bastante relembrado por muitos.
Gilmour se identifica
Quando o documentário “Behind The Wall” foi gravado, David Gilmour demonstrou que o estado emocional de Pink não lhe surpreendia. Na verdade, para ele, muitos rock-stars sentiam-se mentalmente deteriorados durante grandes turnês.
Ainda que uma banda esteja sempre acompanhada e a interação seja grande, na maioria das vezes já grande chance de sentir-se sozinho. Ou seja, Pink é um modelo daquilo que muita gente enfrenta logo após alcançar a fama.
A diversidade de sons presentes em Nobody Home aponta para a deterioração mental de Syd Barrett. O guitarrista foi um dos fundadores do Pink Floyd, porém, em 1968 precisou sair da banda, pois sua mente se perdia em meio ao abuso de drogas pesadas.
Richard Wright
Outro integrante do Pink Floyd que também contribuiu para que Nobody Home ficasse completa foi Richard Wright. Ele, que foi contratado para substituir Barret, desligado por estar mentalmente instável, e ajudou na composição da música com alguns versos.
Seu vício pesado em cocaína tornou a canção ainda mais realista. São dele os versos que falam sobre a nicotina nos dedos, a colher de prata e o piano que sustenta os restos mortais de Pink.
Conclusão
Diante de tudo isso, Nobody Home se tornou uma declaração de culpa do Pink Floyd. A banda não sabia mais como lidar com o sucesso e a música materializou esse sentimento e serviu como confissão de muitos dos integrantes que estavam já no limite da sanidade.